A Conscientização do TEA, o Transtorno do Espectro Autista
- Josué Walisson
- 27 de abr.
- 4 min de leitura

Você sabe o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a forma como a pessoa se comunica, interage socialmente e se comporta. Ele é chamado de "espectro" porque envolve uma ampla variedade de manifestações — algumas pessoas têm leves dificuldades, enquanto outras precisam de mais de suporte mais intenso no dia a dia.
Com base em dados do CDC dos Estados Unidos, que apontam que 1 em cada 36 pessoas está no espectro, estima-se que cerca de 6 milhões de brasileiros possam ter TEA. No entanto, essa é apenas uma projeção; o Censo 2022 do IBGE incluiu pela primeira vez uma pergunta sobre autismo, o que permitirá um mapeamento mais preciso da população autista no Brasil.
Quais São as Causas do Autismo?
O TEA não tem uma única causa definida, mas os estudos indicam que ele resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A genética desempenha um papel significativo, com mais de mil genes já identificados como relacionados ao autismo. Além disso, fatores ambientais, como idade dos pais, exposição a substâncias durante a gestação e complicações no parto, podem influenciar o desenvolvimento do TEA.
Quais as Principais Características do TEA?
O TEA afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Suas principais características incluem:
Déficits na comunicação: dificuldade em manter conversas, compreender expressões faciais e linguagem corporal, além de padrões incomuns de fala.
Interação social atípica: dificuldade em estabelecer conexões sociais, pouca resposta ao chamado pelo nome e pouca reciprocidade emocional.
Comportamentos repetitivos: movimentos corporais repetitivos, hiperfoco em objetos ou temas específicos, resistência a mudanças na rotina.
Sensibilidades sensoriais: reações intensas a estímulos como luzes, sons ou texturas.
Adesão rígida a rotinas: desconforto com mudanças e necessidade de previsibilidade no dia a dia.
Vale reforçar que, por se tratar de um espectro, os sintomas variam de pessoa para pessoa. Algumas conseguem levar uma vida independente, enquanto outras precisam de suporte contínuo.
Quais os Níveis do Espectro Autista?
Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o TEA é classificado em três níveis, conforme a intensidade dos sintomas e o grau de suporte necessário:
Nível 1 (Autismo leve): apresenta dificuldades em interações sociais e comunicação, mas consegue certa independência. Precisa de apoio ocasional;
Nível 2 (Autismo moderado): tem limitações mais significativas na comunicação verbal e não verbal, e apresenta comportamentos repetitivos. Requer suporte substancial;
Nível 3 (Autismo severo): enfrenta desafios severos na comunicação e comportamento, podendo ser não verbal e precisar de apoio contínuo em atividades diárias.
Essa classificação ajuda a entender melhor as necessidades de cada pessoa dentro do espectro e a definir estratégias de suporte personalizadas.
Como é feito o Diagnóstico?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um processo detalhado e criterioso que envolve múltiplas avaliações. Ele geralmente inclui:
Entrevista com os pais ou cuidadores: Os profissionais investigam o histórico de desenvolvimento da criança, comportamento e habilidades sociais.
Observação clínica: Avaliação da interação social e comunicação em diferentes contextos.
Testes padronizados: exames para analisar habilidades de linguagem, cognição e comportamento.
Critérios do DSM-5: O diagnóstico segue critérios estabelecidos DSM-5, que incluem dificuldades persistentes na comunicação social e comportamentos repetitivos.
Exclusão de outras condições: Condições como défices auditivos ou TDAH podem ser investigadas e se sobreporem aos sintomas para garantir um diagnóstico preciso.

O diagnóstico precoce é essencial para iniciar intervenções adequadas e melhorar a qualidade de vida.
Quais Tratamentos e intervenções Adotados?
O tratamento do TEA deve ser individualizado e pode incluir várias abordagens terapêuticas. Entre as mais utilizadas estão:
Análise do Comportamento Aplicada (ABA): Baseada em princípios comportamentais, essa terapia utiliza reforço positivo para ensinar habilidades sociais e comunicativas.
Intervenção precoce: Quanto mais cedo a criança recebe suporte, melhores são os resultados no desenvolvimento.
Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA): Estratégias (uso de pranchas de comunicação, gestos, sinais ou aplicativos) para melhorar a comunicação de pessoas que têm dificuldades na fala.
Terapia de Integração Sensorial: Ajuda a pessoa com TEA a lidar melhor com estímulos sensoriais, reduzindo desconfortos e melhorando a regulação emocional.
Musicoterapia: O uso da música como ferramenta terapêutica pode ajudar na interação social e na comunicação.
Equoterapia: Promove o desenvolvimento físico e emocional por meio da interação com cavalos.
Terapia Ocupacional: Trabalha habilidades motoras e sensoriais para melhorar a autonomia.
Fonoaudiologia: Foca no desenvolvimento da comunicação oral e escrita.

Lembrando que, cada pessoa com TEA tem necessidades únicas, então o tratamento deve ser personalizado por uma equipe multidisciplinar.
Por que Abril Azul?
Abril é conhecido como Abril Azul porque é o mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A campanha surgiu a partir da iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que estabeleceu o Dia Mundial da Conscientização do Autismo em 2 de abril, em 2007. O objetivo é combater preconceitos, promover inclusão e disseminar informações sobre o autismo.
A cor azul foi escolhida por ser culturalmente associada ao gênero masculino, uma vez que o autismo é mais frequentemente diagnosticado em meninos. Durante o mês, diversas ações são realizadas, como palestras, eventos educativos e iluminação de monumentos com luz azul para simbolizar apoio à causa.
Diversas casas de acolhimento recebem crianças e adolescentes em todos os níveis do espectro autista. Esses locais contam com equipes técnicas formadas por psicólogos, assistentes sociais e, em alguns casos, pedagogos. Os profissionais são capacitados para oferecer o suporte necessário à convivência, desenvolvimento e bem-estar das pessoas com TEA.
fontes: ibge, neuroconecta, instituto singular, intituto neurosaber, instituto pensi
revisado por Samara Klock (profissional pedagoga voluntária)
Artigo sensacional 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼